terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Ostra Feliz Não Faz Pérola

Ostra Feliz Não Faz Pérola




Ostras são moluscos, animais sem esqueletos, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, de pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas - são animais mansos - seriam uma presa fácil dos predadores.
Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem.
Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas, saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário... Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste... As ostras felizes riam dela e diziam: "Ela não sai da sua depressão..." Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor.
O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de sua aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. 
Assim, enquanto cantava o seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho - por causa da dor que o grão de areia lhe causava.
Um dia passou por ali um pescador com seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-a para sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-a em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade; era uma pérola, uma linda pérola. Apensa a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz..."
Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras e vale para nós, seres humanos.
As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores da alma.

Rubem Alves

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A prece do silêncio

A Prece do meu Silêncio 

Quis escutar a tua voz, mas eu não consegui, apenas, eu escutei o profundo silêncio vindo de dentro de ti.

Olhei-te e tu sorriste, mas ficaste calado. Olhei-te, novamente e bem no fundo da pobre minha alma, eu, desnudei-te e abracei-te como se fosse uma breve súplica ou uma criança renascida.

Como uma simples prece e em fervorosa oração que eu sempre me dirijo a ti. Nem a escuridão e nem mesmo a noite, poderá distrair desta maravilhosa oração.

Nem o fogo e nem a água poderão me afastar de ti, pois eu estava em terra bem firme, porque orava uma bela prece, só dirigida a ti. Sentia-me tão importante, abraçada pela luz e acarinhada pelos anjos...

Chorando e com as minhas lágrimas correndo, proferia esta minha prece, talvez a mais reconhecida por todos nós, esta é a prece do Amor, proferida de coração limpo e cheio de candura e foi assim que eu a fiz, só para ti, esta maravilhosa prece.

Sabe que eu não sei se foi pela dor que eu senti, pelo descaso da vida, se foi pelas escolhas que eu escolhi, talvez pelas sementes que ainda eu não semeei e não cuidei, ou então por aquelas que eu não ajudei a germinar... Eu fiz esta prece com todo o amor.

É a prece do silêncio, a nossa prece do Amor Universal! Que juntos todos nós vibramos em alegria e agradecimento e com os corações ao rubro, unidos em uma só vibração ao cosmos efetuamos com a bondade dos nossos corações esta Prece do Silêncio que majestosamente eu dirijo a ti, meu amado Pai Celestial!

Paz profunda!
Betimartins

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Olhar a vida





Na imensidão desta minha alma entre a solidão e o escutar da voz de DEUS sinto-me estar num deserto árido, onde a incompreensão humana é um estatuto a ser cumprido. . Estou farta de gente com alma escura, gente que faz o mal gratuito, viola as leis humanas e ainda pior as leis do nosso Criador... Farta de gente que vive nas sombras e que pensam que ficam impunes!!!


Betimartins